sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Papo entre Dr. Firmino e Godofredo





Um resumo bem didático e divertido sobre a Diabetes!

Seu pedido é uma ordem!!! Nº 2

Bom, após termos atendido ao pedido do nosso monitor, vamos passar à sugestão do professor. Chegou a vez dela, a tal lipotoxicidade...

Vários órgãos e tecidos podem ser afetados pela lipotoxicidade e, como nosso blog é sobre diabetes, vou enfatizar sua relação com essa doença.

Antes de desenvolver diabetes mellitus tipo 2, uma pessoa passa por várias alterações metabólicas. Deficiências nos receptores de insulina impedem a captação da glicose ingerida pelas células. Isso acontece porque é a insulina que envia o sinal para qua haja translocação do GLUT 4 (já foi explicado em postagens anteriores) até a membrana e, consequentemente, captação da glicose.

Quando uma pessoa desenvolve resistência insulínica, o pâncreas passa a produzir maior quantidade do hormônio para compensar o alto nível de glicose no plasma. Em um primeiro momento, essa estratégia dá certo e a glicemia permanece normal. No entanto, sabe-se que a maior secreção de insulina diminui o número de receptores desse hormônio e, depois de algum tempo, percebe-se também uma diminuição da secreção de insulina.

O que acontece para que a secreção desse hormônio seja menor? Além da falência natural das células beta devido a sua sobrecarga constante e a fatores genéticos, outros fatores contribuem para que isso ocorra. Estou falando da glicotoxicidade e da lipotoxicidade. O aumento de glicose e ácidos graxos livres (AGL) no sangue e depois em outros tecidos, decorrentes de alterações enzimáticas, obesidade, entre outros, podem contribuir para a progressiva lesão das células beta pancreáticas.

A ausência de insulina pode também desencadear a lipólise descontrolada nos adipócitos, aumentando a quantidade de ácidos graxos livres no pâncreas, fígado, músculos, o que causa a lipotoxicidade. É como se fosse um ciclo...a falta de insulina desencadeia a lipotoxicidade e esse quadro gera disfunção das células beta, que passa a não produzir a insulina de forma adequada ou a não produzi-la.

E a obesidade com isso? O excesso de consumo de ácido graxos, principalmente saturados e trans, aumenta a síntese de citocinas pró-inflamatórias, deixando o tecido adiposo com uma reação inflamatória contínua e leve. Quando não há mais como aumentar o número de adipócitos, os ácidos graxos livres passam a se alojar em outros tecidos, entre eles o pâncreas, e o resultado disso você já sabe...

Quando há deposição em excesso de AGL no fígado, somada à falta de insulina, surgem alterações no metabolismo da glicose, como ativação da via de gliconeogênese e as maiores taxas de lipólise e proteólise. Sabe-se também que o excesso de AGL em miócitos tem uma grande correlação com a resistência insulínica.

Mas não se desesperem ainda! Existem fatores que poderiam proteger o organismo da deposição de gorduras em outros locais que não os tecidos adiposos. Entre eles estão a leptina, a adiponectina e, adivinhem...o exercício físico e a dieta balanceada!!

Mesmo que obesos apresentem certa resistência aos hormônios, não há desculpas quanto à mudança nos hábitos de vida. Por isso, cuidem-se! Ter uma vida saudável ainda é o melhor remédio!

Bom, acho que é isso...professor, espero que fique satisfeito!

Referências:
http://www.nutricao.uerj.br/pdf/revista/v1n1/artigo2.pdf
http://www.aefml.pt/download/comissao2005/anotadas/medicina/seminarios/18%20Sindrome
%20metabolico%20-%20diabetes%20corrigida.pdf
http://homologa.orangotoe.com.br/canal/vida-e-saude/news/80734/?noticia=CONGRESSO+NO+RIO+DE+JANEIRO+DISCUTE+SOBRE+O+TRATAMENTO+DA+
DIABETES
http://www.hcpa.ufrgs.br/downloads/RevistaCientifica/2005/2005_3.pdf
http://www.spedim-geir.org/manualinsulinoresistencia1edicao.pdf
http://www.nutrividas.com.br/artigos.php?flag=0&id=79

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Pare. Reflita. Mude!


Você é do tipo que adora um controle remoto, usa elevador para subir um único andar, não consegue dispensar frituras, sente arrepio só de pensar na palavra “academia”? Se além disso tudo você ainda é diabético, preste muita atenção às informações a seguir:

  • Segundo a american diabetes association uma rotina adequada de atividades físicas para diabéticos incluem três tipos de atividades: exercícios aeróbicos treinamento de resistência e alongamentos.
  • A Atividade física é de vital importância para os diabéticos, pois ajuda a queimar calorias e controlar o peso.
  • Obesidade e sedentarismo são facilitadores para o aparecimento do diabetes.
  • O exercício proporciona bem-estar e é benéfico para todo o organismo: ativa a função cardíaca, melhora a pressão arterial.
  • Emagrecer faz melhorar o controle da glicemia e previne (ou ajuda) a controlar a pressão arterial e as gorduras no sangue, entre outros benefícios. E, de forma geral, diminui muito o risco de doenças cardiovasculares.
  • A prevenção da obesidade e o combate ao sedentarismo são as armas mais eficientes para evitar o Diabetes tipo 2.
  • A coexistência de hipertensão e diabetes aumenta o risco para complicações micro e macrovasculares, predispondo os indivíduos à insuficiência cardíaca congestiva, doença coronariana e cerebrovascular, insuficiência arterial periférica, nefropatia e retinopatia.

Observação: esses tópicos foram discutidos durante a apresentação do painel "diabetes e exercício físico", então para os ausentes fica a dica: leiam os tópicos acima, e para mais detalhes é só procurar no blog!


Referências:
www.diabetes.org

Bioquímica Básica, Bayardo B. Torres/ Anita Marzzoco
http://www.obesidade.info/imagens/exercicio.gif

Uma segunda chance!

É o seguinte: como eu sou uma pessoa muito boazinha, estou aqui para dar uma nova oportunidade de aprendizagem para aqueles relapsos que não compareceram a nossa apresentação de painel - e olha que não foram poucos, hein?!... Mas também é claro que a chance não será igual - nem podia!

Só pra dar uma explicada básica do que foi apresentado:

Como eu fiquei responsabilizada pela introdução, a minha parte é bem fundamental e acabou sendo apresentada (bem ou mal) durante o blog, portanto não vou ser muito repetitiva. E já com esse intuito, digo que os tipos de diabetes foram explicitados na postagem "Seu pedido é uma ordem", então não custa nada voltar lá e dar uma olhadinha; epidemiologia também foi trabalhada em dois posts - "Breve epidemiologia do diabetes" e "Atualização de dados" -, e os gráficos são auto-explicativos.

Posteriormente, eu falei resumidamente do que é diabetes mellitus e insipidus. Para então falar dos fatores de risco, e não custa nada repetir:
  1. Ficar acima do peso; - DM 2
  2. Má alimentação; - DM 2
  3. Sedentarismo; - DM 2
  4. Histórico familiar (hereditariedade); - tanto em diabetes mellitus tipo 1, quanto tipo 2
  5. Hipertensão; - DM 2
  6. Homens e mulheres com idade acima de 45 anos;
  7. Gravidez em que a mãe possua mais de 25 anos; - diabetes gestacional
  8. Cirurgias próximas ao hipotálamo; - diabetes insipidus.
Depois falamos da prevenção, que tem ação direta nos fatores de risco. Logo, vale a indicação de não fumar, praticar exercício físico, admitir boa alimentação, manter-se no peso ideal, não utilizar medicamentos que agridam o pâncreas nem diuréticos (perigoso no caso de diabetes insipidus), cirurgia bariátrica para os obesos, entre outros.

Por fim, dediquei-me a falar dos tratamentos:
  1. DM 2: boa alimentação, prática regular de exercícios físicos, antidiabéticos orais (tratado especificadamente em um post anterior), cirurgia do diabetes (variação da cirurgia bariátrica), no caso mais grave, aplicação de insulina;
  2. DM 1: aplicação de insulina, exercícios físicos moderados, transplantes de células-tronco, de pâncreas (duplo: pâncreas e rim, realizado em caso de insuficiência renal), de ilhotas pancreáticas (feita através do fígado, pelo acesso ser mais fácil);
  3. Diabetes gestacional: reeducação alimentar e monitoramento glicêmico. Antidiabéticos orais são contra-indicados;
  4. Diabetes insipidus: medicação recomendada e tomar muita água (para evitar desidratação);
  5. Existem ainda os alternativos: chá de pata-de-vaca (uma planta muito conhecida para os diabéticos do tipo 2, mas de eficácia duvidosa; e veneno de escorpião, de eficácia científica comprovada!

Então é isso, pessoal! Aqui está uma leve citação do que falei durante a minha apresentação. Espero que a abordagem dos tópicos lembrem vocês do que realmente aconteceu. E para os que não estavam presentes, que tenha dado o gostinho do que foi executado em sala - e da próxima, vê se não perde!

Obs: a referência bibliográfica encontra-se no painel!

Mais uma complicação...


Os rins são órgãos essenciais para nossa sobrevivência. Eles atuam como filtros, eliminando os excretas (metabólitos que não serão utilizados pelo organismo) por meio da urina e promovendo a reabsorção de outros componentes necessários, como as proteínas.

O diabetes, entre várias outras complicações, pode desencadear o aparecimento da nefropatia diabética, uma doença que compromete a filtração renal, fazendo haver perda de proteínas. Alterações nos vasos levam à perda lenta, porém progressiva da função dos rins.

Uma das proteínas importantes que pode não ser aproveitada é a albumina. Essa proteína consegue fornecer todos os aminoácidos essenciais de que necessitamos. No estágio inicial da doença, um exame de urina específico, conhecido como microalbuminúria, pode detectar essa proteína. Também nessa fase, pode-se observar um quadro de hipertensão e a nefropatia diabética pode evoluir para um estágio avançado, caracterizado por insuficiência renal importante.

Estima-se que 50% dos pacientes de diabetes mellitus tipo 1 desenvolvem essa complicação. Em portadores do tipo 2, esse número é maior e crescente.

No entanto, alguns cuidados podem controlar seu desenvolvimento e nos pacientes que ainda não têm essa complicação, o controle das taxas glicêmicas (de 70 mg/dl a 100 mg/dl em jejum) pode prevenir seu aparecimento. Observa-se ainda regressão do quadro quando existe um tratamento adequado.

Por fim, prática de exercícios físicos, alimentação balanceada, não uso de tabaco, controle de colesterol e pressão arterial ajudam muito a estabilizar o quadro de nefropatia diabética, evitando a necessidade de diálise e transplante quando há perda avançada da função renal.

É, pessoal...tudo aponta para a mudança nos hábitos de vida!

Referências:
www.diabetes.org.br
http://www.walgreens.com/marketing/library/spanish_contents.jsp?docid=19713&doctype=6

Pré-Diabetes


Pré-Diabéticos são aqueles que possuem nivel glicêmico mais alto que o normal, porém não alto o suficiente para serem classificados como Diabéticos.

São propensos a desenvolver Diabetes tipo 2 em 10 anos ou menos, dependendo do estilo de vida adotado.

Já podem estar sofrendo complicações próprias da Diabetes, afinal possuem 1,5 vezes mais chance de desenvolver doenças cardiovasculares que pessoas saudáveis.

A detecção é feita por meio do teste de glicose em jejum (FPG) e do teste oral de tolerância à glicose (TOTG).

Prática de exercícios físicos, perda de peso e uma dieta equilibrada podem levar um pré-diabético a retardar ou até mesmo a prevenir em até 58% o desenvolvimento da Diabetes tipo 2.




Referências:www.diabetes.org/diabetes-basics/prevention/pre-diabetes

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Mitos e Verdades


Diabetes não é uma doença tão grave: Não!Mata mais do que câncer de mama e SIDA juntos!

Alguns alimentos ajudam no controle do nível glicêmico: Sim!Alimentos com nível glicêmico baixo (alimentos integrais, iogurtes sem açúcar, maçã, pera, feijão, lentilha e manga).

Diabéticos são mais vulneráveis a gripe e outras doenças: Não, porém uma gripe ou doença torna mais difícil o controle da diabetes, podendo vir a ter complicações graves.

Aplicação de insulina causa dependência química: Não!O Diabético Insulino-dependente não é viciado, mas a aplicação de insulina é uma necessidade vital, já que não a produz normalmente.

É possível dispensar a insulina se não ingerir carboidratos: Depende!No caso de diabetes tipo 2 é possível se o nível glicêmico estiver controlado.Já na diabetes tipo 1 não é possivel, pois não há produção de insulina por suas células beta.

Diabéticos devem fazer somente exercícios leves: Sim!Pois exercícios intensos podem gerar um quadro de hipoglicemia, causada por um gasto calórico maior que a reposição de nutrientes, após o exercício.

Diabéticos podem usar sauna: Não!O choque térmico e a exposição a altas temperaturas podem agravar as complicações de vascularização e cicatrização.


Referências:
www.diabetes.org/diabetes-basics/prevention/pre-diabetes
www.minhavida.com.br/conteudo/10565-7-mitos-e-5-verdades-sobre-o-diabetes