Com o Diabetes Mellitus tipo 2 sendo considerado uma epidemia global, é de fundamental importância a realização do Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG), ou também chamado de Curva Glicêmica, naqueles que suspeitam de portarem a doença ou apenas como prevenção por outros que cuidam de sua saúde.
Este teste é considerado o padrão-ouro para diagnosticar o Diabetes Mellitus, já que seu resultado é bastante confiável. Entretanto, mesmo tomando todos os cuidados necessários, testes realizados em dias distintos podem apresentar resultados conflitantes. Logo, a interpretação deve ser feita com bastante cautela e por um médico que conheça a história clínica do paciente.
O exame para detectar a glicose sanguínea é feito com o paciente em jejum e após ser submetido a uma sobrecarga de glicose, que consiste na administração de 75 g de glicose - em solução aquosa a 25% - por via oral, seguida de coletas seriadas de sangue, nos tempos 0 e 120 minutos, para a dosagem de glicose. Em crianças, administra-se 1,75 g/kg de peso corporal até a dose máxima de 75 g.
A sobrecarga de glicose depende da coleta basal. Coleta-se 1 mL de plasma para cada tempo da curva. Se a glicemia evidenciada na coleta em jejum for inferior ou igual a 140 mg/dL, realiza-se a sobrecarga (aplicando os 75 g de glicose oralmente), mas se a glicemia for superior a esse valor, o teste só continua com a autorização do médico assistente.
Este teste não necessita de autorizações médicas para ser realizado, caso a procura seja por laboratórios particulares. Contudo, em hospitais da rede pública, é necessário que o médico solicite o exame para o paciente, mas é evidente que isso ocorre apenas por questão de controle de gastos. Entretanto, em ambos os casos, é preciso realizar agendamento para sua realização.
A interpretação dos resultados acontece da seguinte maneira:
- Em jejum, o valor encontrado entre 100 e 125 mg/dL de glicose no sangue evidencia intolerância à glicose, também conhecida como pré-diabetes;
- Duas horas após a sobrecarga, valores inferiores ou iguais a 140 mg/dL indicam normalidade;
- Duas horas após a sobrecarga, valores entre 140 e 200 mg/dL de glicose no sangue evidenciam intolerância à glicose;
- Valor acima de 200 mg/dL encontrado após 120 minutos declara o diagnóstico de diabetes mellitus.
Para haver a realização de todo esse procedimento, é recomendado que o paciente tenha alguns cuidados: 3 dias antes da realização da prova, o paciente deve ingerir, ao menos, 150 g de carboidratos por dia; deve evitar medicamentos que interfiram no metabolismo de carboidratos; o paciente deve continuar exercendo suas atividades físicas habituais; durante o teste, o paciente deve manter-se em repouso e sem fumar; deve evitar bebidas alcoólicas dias antes do teste; não tomar laxantes e, caso tenha diarréias, adiar o exame; e deve estar em jejum a, pelo menos, 8 horas.
A curva glicêmica acontece, preferencialmente, pela manhã.
A dosagem de glicose, os tempos de coleta e os critérios de diagnósticos são diferentes para gestantes. Para elas, em uma primeira fase, faz-se a glicemia de jejum ou a glicemia de 1 hora após a ingestão oral d
e 50 g de glicose (sem necessidade de jejum prévio). Resultados de glicemia de jejum iguais ou acima de 85 mg/dL ou após sobrecarga maior ou iguais a 140 mg/dL são considerados positivos e com indicação de realização de TOTG. Na segunda etapa, a gestante que se enquadrou na primeira fase realiza o TOTG como uma pessoa não-gestante, administrando 75 g de glicose. Daí para frente, tudo funciona igual. Caso um dos limites de 125 mg/dL (coleta basal) e de 140 mg/dL (após 120 minutos) sejam ultrapassados, é diagnosticado a diabetes gestacional.
Referências:
http://www.diagnosticosdaamerica.com.br/exames/curva_glicemica.shtml
http://www.laboratoriobioclinica.com.br/exames/detalhes.aspx?idex=26
http://www.cidlab.com.br/ex_descr/curva_glicemica.htm
http://www.centralx.com.br/fmfiles/index.asp/::site_phr::/docs/Curva_glicemica/grafico_4.jpg
http://www.my-personaltrainer.it/salute/curva-glicemica.gif